Primeiro Bebé do Ano
Outro fenómeno marcante neste Ano Novo é o dos Primeiros Bebés do Ano, título honroso que se dá às criancinhas que nascem nos primeiros segundos do novo ano.
Claro que o verdadeiro Bebé do Ano é o que nasce no primeiro segundo, do primeiro minuto, do primeiro dia do ano, pelo que os bebés que nascem no segundo e terceiro segundos já não têm direito a espaço televisivo (embora possam aparecer todos no Correio da Manhã, até ao 10º bebé do pódio nacional).
De facto, neste país onde as pessoas se tornam famosas por coisa nenhuma, sendo que algumas apenas se limitam a nascer, não é de estranhar que exista tanta revista cor-de-rosa.
Isto dos bebés pode ser a explicação que eu (e muita gente) buscava para o fenómeno das “pessoas conhecidas que ninguém conhece”, mas que aparecem recorrentemente nessas revistas.
Imagine-se fotografia de poça de água da chuva disfarçada de piscina e guarda-sol gamado ao vendedor de gelados, mulher com ar de tia de ascendente duvidoso, dois putos ranhosos à porrada e indivíduo de camisa Sacoor no centro, com a seguinte legenda:
“Bons dias, eu sou o Efigénio Bastardo, de Cruz de Pau e sou conhecido porque fui o Primeiro Bebé de 1967. É possível que já não se lembrem de mim, na altura era mais bochechudo e mal cheiroso, sem contar com o facto de que grande parte do povo em 67 ainda não tinha televisão. O título de Primeiro Bebé do Ano ajudou-me a conquistar a minha mulher, esta maravilhosa criatura que conheci há uns anos lá para os lados do intendente, a fazer dela uma mulher respeitável, e a aparecer hoje nesta bela revista. Um Bem Haja aos criadores deste maravilhoso título, graças ao qual quase dou a ilusão de ser alguém. ”
Claro que o verdadeiro Bebé do Ano é o que nasce no primeiro segundo, do primeiro minuto, do primeiro dia do ano, pelo que os bebés que nascem no segundo e terceiro segundos já não têm direito a espaço televisivo (embora possam aparecer todos no Correio da Manhã, até ao 10º bebé do pódio nacional).
De facto, neste país onde as pessoas se tornam famosas por coisa nenhuma, sendo que algumas apenas se limitam a nascer, não é de estranhar que exista tanta revista cor-de-rosa.
Isto dos bebés pode ser a explicação que eu (e muita gente) buscava para o fenómeno das “pessoas conhecidas que ninguém conhece”, mas que aparecem recorrentemente nessas revistas.
Imagine-se fotografia de poça de água da chuva disfarçada de piscina e guarda-sol gamado ao vendedor de gelados, mulher com ar de tia de ascendente duvidoso, dois putos ranhosos à porrada e indivíduo de camisa Sacoor no centro, com a seguinte legenda:
“Bons dias, eu sou o Efigénio Bastardo, de Cruz de Pau e sou conhecido porque fui o Primeiro Bebé de 1967. É possível que já não se lembrem de mim, na altura era mais bochechudo e mal cheiroso, sem contar com o facto de que grande parte do povo em 67 ainda não tinha televisão. O título de Primeiro Bebé do Ano ajudou-me a conquistar a minha mulher, esta maravilhosa criatura que conheci há uns anos lá para os lados do intendente, a fazer dela uma mulher respeitável, e a aparecer hoje nesta bela revista. Um Bem Haja aos criadores deste maravilhoso título, graças ao qual quase dou a ilusão de ser alguém. ”
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