Eleições no Egipto (ou como deixar de se preocupar com a oposição)

No Egipto o valor da abstenção, nas recentes eleições, foi afectado por uma alteração de última hora no número de recenseados.
Ao que consta, o espírito democrático neste país é de tão alto nível que a população chega ao ponto de galgar os muros dos postos de voto para chegar às urnas mais depressa.
Num movimento de óbvia histeria de massas, trepam uns por cima dos outros e ultrapassam obstáculos com tal sofreguidão, que mais parece noite de bar aberto, ou então a campanha dos frigoríficos de Valentim Loureiro.
O governo teve de tomar medidas excepcionais (excepcionalmente humanas) para conter a euforia da população e aniquilou uns tantos com rajadas de metralhadora.
Em declarações hoje reveladas, o governo egípcio explicou que a iniciativa matou dois coelhos de uma rajadada só: acalmaram-se logo os ânimos dos coelhos, e nem foi preciso contar os votos.